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A empresa anunciou, em nota à imprensa, um pedido de recuperação judicial no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. O fato ocorreu logo após as demissões em massa na equipe da 123milhas
Em nota divulgada à imprensa nesta terça-feira, 29 de agosto, a 123milhas informa que protocolou um pedido de recuperação judicial no Tribunal de Justiça de Minas Gerais – TJMG. A informação foi passada logo após a empresa anunciar a demissão em massa de seus funcionários, fato que ocorreu nesta segunda-feira, 28 de agosto. O número exato de pessoas desligadas ainda não foi confirmado.
No comunicado, a plataforma de viagens afirma que a medida foi tomada para “assegurar o cumprimento dos compromissos assumidos com clientes, ex-colaboradores e fornecedores”. Para os gestores, essa é a maneira mais rápida de solucionar as pendências com seus credores e reequilibrar a situação financeira.
Durante o pedido de recuperação judicial, a 123milhas ressalta, ainda, que permanece fornecendo todas as informações e esclarecimentos às autoridades competentes, e se compromete a buscar medidas para sanar seus débitos. “A empresa e seus gestores se disponibilizam, em linha com seus compromissos com a transparência e a ética, a construir conjuntamente medidas que possibilitem pagar seus débitos, recompor sua receita e, assim, continuar a contribuir com o setor turístico brasileiro”, finaliza a nota.
Demissões em massa na 123milhas
Na manhã de segunda-feira, 28 de agosto, a 123milhas anunciou a demissão em massa de uma parte da equipe, sem divulgar o número total de desligamentos. A empresa justificou a redução do quadro como parte de um plano de reestruturação e disse que o fato ocorreu também devido à queda no número de vendas.
Em sua nota, eles informaram que estão “trabalhando para, progressivamente, estabilizar sua condição financeira”. A HotMilhas, empresa do mesmo grupo, também suspendeu a negociação de milhas aéreas e cancelou suas negociações, além de ter atrasado o pagamento aos clientes, previsto para 25 de agosto.
A 123milhas suspendeu a emissão de passagens e pacotes flexíveis da linha Promo em 18 de agosto, citando altas taxas de juros e preços elevados das passagens aéreas. Para solucionar o problema, a agência passou a oferecer vouchers aos clientes.
A iniciativa foi criticada pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), que está avaliando abrir um processo administrativo caso a plataforma de viagens não devolva o dinheiro dos consumidores afetados. A multa pode chegar a R$ 13 milhões.
123milhas – Início da crise a Recuperação Judicial
Milhares de turistas foram surpreendidos no dia 18 de agosto, quando a 123milhas anunciou o cancelamento de pacotes que foram vendidos para viagens em setembro e dezembro de 2023. A notícia agravou a imagem da marca, por ter feito o comunicado apenas duas semanas antes do início das viagens.
De início, o comunicado citava apenas os roteiros vendidos na categoria “Promo”, na modalidade viagens flexíveis da empresa – onde as datas são confirmadas apenas dias antes do embarque. Até a data, viajantes que adquiriram os pacotes de viagens de 2024 ainda estavam com expectativas para viajar.
Dez dias depois, no dia 28 de agosto, uma demissão em massa pegou funcionários desprevenidos. Segundo matéria publicada no G1, uma fonte interna que preferiu não se identificar, afirma que centenas de funcionários foram demitidos. Por meio de nota, a empresa 123milhas também confirmou que houve uma redução na equipe, mas optou por não divulgar quantas pessoas foram demitidas.
Um dia depois, no dia 29 de agosto, a empresa fez um comunicado à imprensa informando a decisão de dar entrada em um processo de recuperação judicial. Ao todo estimam-se 730 mil credores que podem agravar a situação da 123milhas, o que pode ter motivado o pedido da empresa à Justiça de Minas Gerais.
Como medida obrigatória, o número exato de clientes prejudicados ainda será relacionado para enviar ao processo. Em primeiro momento, estima-se uma dívida de R$ 2,3 bilhões encabeçada no pedido de recuperação judicial da empresa. Veja o comunicado na íntegra:
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