Aeroporto de Congonhas poderá receber voos internacionais

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Congonhas pode ter voos internacionais para países vizinhos após revitalização do aeroporto. A concessionária Aena vai assumir a gestão do terminal por 30 anos e promete obras para adequar o aeroporto a normas internacionais

Uma nova opção de viagem internacional pode estar disponível em breve para os moradores da Zona Sul de São Paulo. O aeroporto de Congonhas, que hoje opera apenas voos domésticos, poderá receber voos para países vizinhos, graças à revitalização que será realizada pela concessionária Aena. A empresa vai assumir a gestão do aeroporto por 30 anos, a partir do próximo dia 17 de outubro. 

O anúncio foi feito em 25 de setembro pelo diretor-presidente da Aena no Brasil, Santiago Yus.  Entre as obras previstas estão o deslocamento da pista de táxi, para adequar o aeroporto a normas internacionais, a construção de um novo terminal e o aumento de 12 para no mínimo 20 pontes de embarque. A concessionária terá de entregar as obras até junho de 2028.

Segundo o diretor-presidente da Aena no Brasil, Santiago Yus, o novo terminal terá uma área reversível para o caso de alguma companhia aérea estar interessada em operar aviação internacional. “Pelo projeto, poderemos ter uma área reversível para o caso de alguma companhia aérea estar interessada em operar aviação internacional”, afirmou o executivo, em entrevista coletiva.

Atualmente, nenhum voo internacional sai ou chega em Congonhas. Segundo a Infraero, que administra o aeroporto até o momento, foram mais de 153,5 mil operações de aterrissagem e decolagem de janeiro a agosto deste ano, mas todas elas domésticas. Esse número é 22% maior que os 125 mil registrados no mesmo período de 2022. Até agosto deste ano, cerca de 14,3 milhões de passageiros passaram pelo terminal.

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Foto: Aeroporto de Guarulhos

Para Yus, a oferta de voos internacionais em Congonhas dependerá da demanda do mercado.”Quem vai definir não somos nós, mas as companhias aéreas com suas estratégias”, declarou. Os voos internacionais previstos para Congonhas serão para países vizinhos, em rotas de 4 ou 5 horas. “Por causa do comprimento da pista [1.940 metros], aqui não pode chegar um 787 [modelo da Boeing de grande porte] ou aviões que cruzam o Atlântico”, explicou o presidente-executivo.

Yus também mencionou a possibilidade de se criar uma ponte aérea entre São Paulo e Buenos Aires, ou para Santiago, no Chile.”A estrutura poderá estar pronta para aviação internacional voar na região da América Latina.”. Em 2022 foi finalizada a infraestrutura para permitir a operação internacional da aviação geral executiva em Congonhas, interrompidas desde os anos 1980. 

Após receber R$ 2,5 milhões em investimentos, o terminal internacional da aviação executiva passou a contar agora com instalações para a Polícia Federal, Receita Federal, Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).  A concessionária tem a possibilidade de transformar o aeroporto de voos domésticos em internacional, pedido que deve ser formalizado junto à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e outros órgãos. 

A concessionária pode transformar o aeroporto de voos nacionais em internacional, pedido que precisa ser formalizado junto à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e outros órgãos. “A Anac aguarda a transição operacional da Aena ao aeroporto de Congonhas, bem como o plano de melhorias que será proposto pela concessionária”,afirma a agência, em nota.

Crescimento e adversidades

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Foto: Aeroporto de Guarulhos

O Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, é o segundo mais movimentado do Brasil, perdendo apenas para o Aeroporto Internacional de Guarulhos, na mesma região. Santiago Yus foi cauteloso quanto ao aumento do número de voos e afirmou que para apostar no crescimento da capacidade do terminal é preciso que muitas instituições trabalhem em conjunto, incluindo as de tráfego aéreo e as companhias de aviação.

O diretor-presidente também mencionou a questão do ruído e da poluição causados pelo aeroporto, que geraram protestos e ações judiciais de moradores da vizinhança no ano passado. Eles tentaram impedir a concessão do aeroporto para a iniciativa privada e exigiram que o contrato incluísse responsabilidades sobre os impactos ambientais e de trânsito decorrentes do aumento da movimentação de aviões em Congonhas. 

Apesar de admitir que tem que haver o monitoramento dessas questões, ele reconheceu que o contrato de concessão prevê 35 milhões de passageiros por ano em Congonhas, contra os 22 milhões atuais. Desde março, o aeroporto está autorizado a operar 44 voos por hora, três a mais que em 2022. 

Os voos de Congonhas (SP) para o Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e para Brasília respondem por menos da metade dos passageiros que embarcam ou desembarcam no aeroporto carioca atualmente. O aeroporto passou desde o ano passado a concentrar as principais rotas domésticas do mercado aéreo brasileiro que antes pertenciam, sobretudo, a Guarulhos.

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