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A geração que escolheu viver para conhecer o mundo

A cada dia mais pessoas buscam outras maneiras de garantir vivências pessoais enriquecedoras que vão muito além do modo de vida tradicional. Com as inúmeras possibilidades disponíveis de informação, podemos perceber que o desejo por essas descobertas aparecem praticamente na mesma intensidade que o avanço se concretiza. Fica cada vez mais fácil (e necessário) repensar nossas rotinas, colocando em jogo quais são as verdadeiras necessidades humanas para uma vida realmente feliz e satisfatória.

A quebra de paradigmas surge como uma sede insaciável de conhecer o mundo. Sabe aquele nó na garganta? Talvez ele esteja precisando de uma boa dose de vida.

Filosofia demais? Não para alguns jovens que estão mudando esse cenário quase que de maneira espontânea. Vivemos em uma geração onde o desejo de poder morar em qualquer lugar, ou poder viajar e aproveitar mais, cresce gradualmente. O anseio de saborear o novo só aumenta, seja a vontade de acordar em um simples chalé no meio da natureza, de dormir em uma rede com vista para o mar ou ver o pôr do sol de sua janela no topo de uma montanha. Todos nós queremos algo a mais.

Viver no limite dos nossos sonhos, onde o horizonte não é a fronteira final, é de fato, uma das melhores coisas que podemos fazer com nossas vidas.

Como se sentem as pessoas que largam tudo para se sentirem livres? Nós do Guia Viajar Melhor conversamos com três garotas, as

Três mochileiras viajando em busca de um propósito. Quem são as Wanderlust Mochileiras? Como o projeto começou?

Tudo começou partindo do “quem não somos”. Percebemos que não éramos grande parte do que vivíamos até então. Almejávamos algo diferente, completo, livre. A rotina e a forma com que vivíamos era incômodo pras nós. Acreditamos que mudanças são possíveis e podemos viver de uma forma muito mais leve. Depois desse pensamento, notamos essa necessidade de mudança e o Universo conspirou a nosso favor.

Percebemos muita sincronicidade entre as três e começamos a nos cuidar e apoiar como irmãs e a dividir esse mesmo sonho. Num momento de loucura simplesmente compramos a passagem para a Argentina (pontapé inicial da trip) sem data para voltar.

Unimos ideias, vontades e pequenos projetos pessoais das três. Quando vimos, a Wanderlust Mochileiras tinha crescido e começado a tomar forma. Inicialmente foi bem despretensioso, hoje, encaramos como um caminho a seguir. Um dharma*. Queremos mostrar que é possível ser feliz com menos. O mundo é feito de gente, não de coisas. E é isso que vamos mostrar.

Vocês sabem o que irão fazer depois da Argentina? Vocês têm data de retorno ou uma data limite?

Como falar de retorno? Somos três aventureiras que estão indo, tudo pode acontecer. Vamos mudar muito e vivenciar realidades diferentes. Serão experiências que mudarão o rumo de nossas vidas. Talvez nem retornemos! Talvez queiramos voltar em um mês! (Risos) Quem sabe? O fato é que compramos a passagem de ida apenas. Temos o dinheiro para o retorno reservado, mas a volta está em aberto. Vamos deixar a estrada nos guiar dessa vez, e não o contrário. Liberdade é a palavra. Para ir e para voltar.

Qual foi a maior dificuldade encontrada no caminho? E como estão se planejado para evitar problemas na viagem?

A maior dificuldade é o MEDO, ele atrapalha demais às vezes. Tem aquela frase: “Você tem medo? Vai com medo mesmo”. Estamos levando isso a sério.

A quebra de alguns paradigmas, insegurança, ansiedade, de gastar todo o dinheiro e não conseguir um trabalho. Tudo isso atrapalha bastante, e temos que cuidar pra não virar um monstro nas nossas vidas. O resto a gente tira de letra!

Falando em gastos, vocês têm alguma média do quanto deverão gastar por dia?

Pretendemos gastar em média de 15 a 20 reais por dia, mas vamos trabalhar durante a viagem. Vamos tentar parceria em albergues, sistemas de hospedagem e caronas. Existem várias formas de economizar e tem muita gente boa no mundo ainda, sentimos que várias portas serão abertas.

Vocês acreditam que a forma como nos ensinaram a viver, como nós devemos crescer, está mudando? Estão surgindo escolhas?

Hoje o tabu do “para ser bem sucedido tem que ser médico ou advogado” tem se quebrado. Cada vez mais as pessoas admiram outras pessoas que conseguem simplesmente ser felizes. A verdade é que vivemos hoje em uma sociedade focada no materialismo e em rótulos, mas já perceberam que esse é um estilo de vida defasado e que sobrecarrega completamente a todos!

Como para toda ação há uma reação, a tendência hoje é a busca do simples, do silencioso e do novo. Uma nova tendência comportamental. Você pode observar: cada vez mais pessoas procurando o contato com a natureza, outras formas de alimentação e trabalho, buscam ficar mais tempo com a família, mais momentos de sossego, entre outras experiências com valores imensuráveis.

É como um retorno progressivo à sua origem, ao seu centro, ao seu equilíbrio, a sua essência.

O mochileiro no geral é sim um estilo de vida! É entender que o que a gente precisa cabe em uma mochila nas costas, e que o peso deixa o coração mais leve. Entendemos a beleza que há por detrás dos sorrisos. Vamos reavaliar tudo! Pensamentos, atitudes, ações, relações. Levar a vida mais leve.

E todo mundo é capaz de mudar! Seja um pensamento, uma ideia pré-concebida, um hábito, uma rotina. Não precisa simplesmente cair no mundo, uma mudança de perspectiva pode mudar tudo. E é isso que queremos despertar nas pessoas. Que é possível ser feliz. Basta olhar diferente.

* Dharma é um termo sânscrito, provém da raiz “dhr”, “levar”, “suster”, “portar”, e

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