Criador da marca Patagonia doou fortuna para reduzir impactos ambientais
Entenda o movimento em que bilionários abdicam de fortunas, assim como o criador da Patagonia, para ajudar a reduzir impactos ambientais
Recentemente, o bilionário Yvon Chouinard, criador da varejista de moda Patagonia, anunciou a doação de uma fortuna ao passar sua empresa para um fundo de caridade. O objetivo, conforme o empresário, é utilizar os lucros da companhia para ajudar a reduzir impactos ambientais e mitigar as mudanças climáticas. Isto seria em torno de US$ 100 milhões – mais de R$ 500 milhões – por ano, dependendo da saúde financeira da empresa.
Ao anunciar a doação da Patagonia, Chouinard lembrou que, apesar de sua imensidão, os recursos naturais da Terra não são infinitos. E, segundo ele, está claro que já ultrapassamos seus limites. Por isso, decidiu aumentar a doação que já vinha fazendo, de 1% de seus lucros anuais para ativistas de base comprometidos com práticas sustentáveis, para todo o lucro da varejista. “Em vez de extrair valor da natureza e transformar isso em riqueza, estamos usando a riqueza que a Patagonia cria para proteger a fonte”, disse.
Doação da Patagonia
No caso da Patagonia, Chouinard afirmou que considerou, inicialmente, vender a empresa e doar todo o dinheiro para a caridade. Também pensou em abrir o capital da companhia. No entanto, em ambas situações perderia o controle do negócio, o que poderia desviar o foco na responsabilidade social e no meio ambiente. Por isso, decidiu pela nova estrutura patrimonial, em que qualquer lucro não reinvestido na administração da Patagonia será destinado para reduzir impactos
De acordo com o jornal americano New York Times, a empresa vale US$ 3 bilhões (cerca de R$ 15,5 bilhões). Ela foi fundada em 1973 por Chouinard e vende roupas para trilhas e outras atividades ao ar livre em mais de 10 países. Atualmente, estima-se que sua receita seja de US$ 1,5 bilhão, enquanto somente o patrimônio líquido do empresário seja de US$ 1,2 bilhão.
Bilionários que abdicaram de fortunas
O criador da Patagonia não é o único bilionário a abdicar de uma fortuna para questões relacionadas à responsabilidade social e aos impactos ambientais. Um levantamento
De acordo com a Forbes, em 2021, os 25 bilionários mais filantrópicos dos EUA doaram, juntos, US$ 169 bilhões. A maior parte das doações foram de Warren Buffett, que abdicou de mais de US$ 4,1 bilhões de sua fortuna para causas como combate à pobreza e avanços da saúde, como pesquisas e vacinas para a Covid-19, sobretudo através da Fundação Bill e Melinda Gates.
Outro destaque foi Mackenzie Scott que, em 2021, abdicou de US$ 2,7 bilhões em doações para 286 grupos de “alto impacto”, entre eles o Children’s Defense Fund e o National Council of Nonprofits, segundo a publicação. Em vida, Scott já doou mais de US$8,6 bilhões – cerca de R$ 41 bilhões – de sua fortuna. No entanto, diferente de outros bilionários, ela prefere fazer a distribuição da riqueza de maneira discreta e a diferentes entidades espalhadas pelos Estados Unidos. Em 2020, por exemplo, destinou US$ 5,8 bilhões para 500 instituições.
Compromisso coletivo
Dentre os 25 bilionários mais filantropos dos Estados Unidos, 17 assinaram o documento The Giving Pledge, em que prometem doar pelo menos metade de suas fortunas para causas de responsabilidade social ao longo de suas vidas ou após suas mortes. No entanto, conforme destaca a Forbes, apenas Chucky Feeney e George Soros atingiram essa marca até agora. Enquanto quase dois terços deles ainda não doaram nem um quarto de suas riquezas.
Além disso, a publicação ressalta que esses mesmos bilionários que fizeram as maiores doações de fortunas também foram os que mais lucraram. Somente nos Estados Unidos, em 2021, eles viram suas fortunas aumentarem em US$ 150 bilhões. O aumento médio de cada bilionário foi de 18% e, juntos, eles valem cerca de US$ 1 trilhão.
Fortunas para a preservação ambiental
Assim como o criador da Patagonia, outros bilionários destinam as doações de suas fortunas para causas ligadas à redução dos impactos ambientais. Alguns deles são o cofundador e ex-CEO da Intel, Gordon Moore, e sua esposa, Betty. Através da Moore Foundation, eles se juntaram a outros oito grupos para distribuir US$ 5 bilhões em dez anos a iniciativas que apoiam a preservação da biodiversidade.
No mesmo sentido, o ex-prefeito de Nova York e cofundador da Bloomberg LP, Michael Bloomberg destinou mais de US$ 12 bilhões em causas de responsabilidade social, incluindo a preservação do meio ambiente. Somente em 2021, doou US$ 1,6 bilhão, de acordo com a Bloomberg Philanthropies, para diferentes ações, incluindo a redução dos impactos ambientais.
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