Família brasileira planeja viajar até o Canadá em um motorhome
Viagem do Brasil ao Canadá será feita a bordo de um motorhome pela família brasileira que forma a trupe do Circo do Asfalto
Não é difícil encontrar quem queira deixar tudo e botar o pé na estrada mundão afora. E, com a cultura do motorhome cada vez mais em alta, já tem muita gente conseguindo realizar esse desejo com mais conforto. Mas a aventura não é para todos. Há de se ter um pouco de coragem para enfrentar as novas experiências, já que a vida na estrada é, de fato, um grande desafio, porém recompensador. Imagina conhecer lugares diferentes a cada dia, visitar pontos turísticos famosos e tudo isso com a sensação de estar em casa. Bacana, não é mesmo?
E uma família brasileira se prepara, justamente, para iniciar uma incrível viagem a bordo de seu motorhome de Santo André, em São Paulo, para o Canadá. Esta será a terceira experiência na estrada para Fran, Douglas, Téo e Kiña, que já fizeram outras duas grandes viagens nesse tipo de veículo, porém dentro do Brasil. Agora, a ideia é ultrapassar nossas fronteiras e conhecer vários países das Américas.
Do Brasil ao Canadá
O Canadá foi escolhido como o destino final porque lá há uma grande mestra da palhaçaria com a qual Fran deseja estudar. E esse é mais um detalhe que torna a experiência dessa família brasileira tão interessante. Fran e Douglas, juntamente com seus filhos, formam a trupe Circo do Asfalto. E, durante o trajeto, levarão a arte do circo de rua brasileiro para além de nossas fronteiras, nas grandes capitais e, principalmente, em vilarejos e povoados.
“A gente presta sempre mais atenção nesse caminho de promover a arte, a acessibilidade para todos, de forma democrática e sempre em lugares abertos”, relata Fran.
Segundo a artista, o plano inicial era viajar do Pajeú, em Pernambuco, até o México. Porém, depois de passar duas temporadas nessa região do Nordeste e por conta de algumas dificuldades financeiras relacionadas à manutenção do espaço cultural que a família tem em Santo André, no ABC Paulista, tiveram que adiar a viagem, mudando também o roteiro.
“A gente decidiu que não faria mais do Pajeú ao México, que a gente teria que voltar para São Paulo para construir um novo motorhome, porque nosso filho de 12 anos estava crescendo muito e precisava de um espaço maior dentro do carro, e a gente também”, conta.
Tanto que, de volta a Santo André, a família vendeu seu primeiro motorhome. Depois, comprou um veículo maior para iniciar a nova e mais longa viagem. A definição do novo destino, segundo Fran, aconteceu de forma natural, atendendo aos desejos de toda a família.
Com a saída a partir de São Paulo, foi possível incluir mais países latino-americanos no roteiro. Além disso, ampliaram o trajeto até os Estados Unidos para realizar o desejo do filho de conhecer a Disney. E, por fim, decidiram esticar até o Canadá para que Fran pudesse estudar mais sobre palhaçaria.
Viajar com motorhome
Fran conta que, ela e Douglas, sempre viajaram dentro do Brasil, principalmente para o interior do Norte e do Nordeste, levando o circo de rua para comunidades que não têm acesso à arte. Mas, antes, as viagens eram mais complicadas, já que eram feitas em forma de mochilão ou com um carro comum. Com o motorhome, a artista afirma que é muito mais confortável pegar a estrada, sobretudo com as crianças.
“São as primeiras vezes que a gente viaja com toda essa estrutura de casa, com geladeira, cozinha, cama e banheiro. Então, isso proporciona estarmos em lugares muito lindos, com muito conforto, muito seguros”, descreve.
Entre as vantagens de viajar em família com um motorhome, Fran também destaca a proximidade e a possibilidade de se realizar atividades diárias juntos. “Na estrada, a gente toma café juntos. Na cidade, não. Cada um toma em um horário por conta de cada um ter uma demanda. Todo dia na estrada paramos para ver o pôr do sol. Na cidade, jamais a gente consegue ver o pôr do sol, por causa de tanta coisa que se faz”, exemplifica.
Além disso, Fran comenta sobre a possibilidade de oferecer vivências para seus filhos em diferentes culturas ao longo do caminho. Para ela, que também é pedagoga, é importante destacar, em cada lugar, os aprendizados sobre as mais diversas áreas para as crianças.
“Isso para mim também tem uma atenção super especial durante esse percurso. Enquanto a gente vai viajando, eu sempre preparo materiais pedagógicos para a gente trabalhar, registrar tudo. A gente tem diário de bordo e algumas atividades direcionadas. Por exemplo, se a gente vai em um país que tem vulcão, vamos parar naquela região para estudar especificamente os vulcões, porque existem, o que fazem”, relata.
Família Circo do Asfalto
Um dos grandes objetivos da viagem com motorhome ao Canadá desta família brasileira é levar o circo de rua a diferentes lugares, principalmente aqueles que têm pouco acesso à arte. Para isto, vão viajar com a estrutura do
Além disso, levarão um projetor para realizar cinema de rua em povoados. Segundo Fran, esse é um projeto de seu filho Téo, que gosta de filmes e quer levar esse tipo de arte a mais pessoas. “A vida é muito mais mágica na estrada. De tudo que a gente se esforça para dar para nossos filhos, essas viagens são o que posso deixar de herança, de maior legado, as viagens, os lugares, as pessoas, os costumes e o respeito que eles vão aprender”, completa a artista.
Nas duas primeiras viagens com motorhome realizadas pela família, durante a pandemia, Fran conta que foi possível levar arte para o interior do Nordeste, principalmente em comunidades onde os grandes espetáculos não chegam. E, agora, esperam realizar o mesmo em países das Américas do Sul e Central.
E, como nas duas primeiras viagens, Fran e Douglas vão compartilhar todas as experiências a bordo do motorhome em suas redes sociais. A conta do Circo do Asfalto no Instagram trará atualizações em tempo real. Já no Youtube, a família vai compartilhar conteúdos mais elaborados sobre a viagem.
“A gente tem essa prática de documentar tudo há muitos anos. A gente mesmo se filma, se fotografa, vai registrando, vai relatando tudo isso. Quem sabe quando a gente voltar isso não possa se tornar um livro e inspirar mais pessoas, de preferência com crianças, a saírem de suas casas e conhecer o mundo”, completa Fran.
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