Guia Negro cria programa de viagens sobre afroturismo
Plataforma permite redescobrir destinos a partir de uma visão mais inclusiva e humanizada. Conheça o programa de viagens sobre afroturismo do Guia Negro
Você sabia que o bairro da Liberdade, em São Paulo, foi a primeira moradia dos negros libertos na capital paulista? Pois é, o nome “liberdade” representa esse marco de um mundo menos desigual, mas que ainda necessita de grandes mudanças. Apesar disso, o local é conhecido apenas como a casa dos imigrantes japoneses, sobretudo por manter os costumes e tradições asiáticas tão evidentes. Mas há um movimento que vem mostrando lugares como este a partir de um olhar que valoriza e resgata a cultura e história negra no Brasil, revisitando as raízes de uma cultura fundamental para o desenvolvimento do nosso país. É o que faz o Guia Negro, através de seu programa de viagens sobre afroturismo.
Fundada pelo jornalista Guilherme Soares Dias, a plataforma tem como objetivo promover experiências mais diversas no turismo, contando histórias que possam inspirar e guiar os viajantes através da cultura negra. Para isto, realiza também passeios que permitem aos turistas perceberem os lugares com uma outra perspectiva, principalmente em São Paulo. Além disso, impulsiona o afroturismo em diversas regiões do Brasil e até fora dele.
Afroturismo como tendência
Mas, afinal, o que é o afroturismo promovido pelo Guia Negro? De uma forma geral, o afroturismo é uma vertente do turismo tradicional que destaca a cultura negra nos destinos. Desse modo, resgata a história desse povo e auxilia seu desenvolvimento também neste setor da economia. Isto porque, de um lado, ajuda a promover os trabalhadores negros do turismo, desde artesãos quilombolas até empresários afrodescendentes. De outro, contribui para que turistas
Em seu artigo Turismo étnico ou afroturismo: o que é, onde ocorre e como praticá-lo?, o fundador do Guia Negro explica que “o afroturismo pretende levar as pessoas a vivenciarem mais a cultura negra por meio da história, gastronomia, religião, museus, vivências, negócios, visitas a comunidades e quilombos, música”. E os resultados têm sido muito positivos, tanto que já em 2020 uma pesquisa do Sebrae apontou o afroturismo como uma tendência para o turismo brasileiro.
E isto não se restringe ao Brasil. De acordo com a MMGY Travel Intelligence, o afroturismo também tem crescido nos Estados Unidos. Em seu relatório The Black Traveler: Insights, a entidade revelou que os viajantes negros foram responsáveis por US$ 109,4 bilhões em gastos com viagens em 2019 no país. O valor mostra não apenas a importância econômica, mas também como há uma imensa demanda que precisa ser atendida. Além disso, o estudo indicou que o interesse destes viajantes é maior por destinos com diversidade e receptivo aos viajantes negros, com experiências de ligação com as origens africanas destes viajantes.
Programa de viagens do Guia Negro
O Guia Negro é uma plataforma com diferentes frentes que sugerem experiências através do afroturismo. Ela nasceu em 2017 com o objetivo de contar histórias e inspirar os viajantes. Mas em 2021 ampliou sua atuação. Com uma parceria com a Black Bird Viagem, começou a realizar as experiências de afroturismo. Primeiramente em São Paulo, com as Caminhadas Negras e outros walking tours focados na cultura e história negra. Agora, realiza esse tipo de trabalho também no Rio de Janeiro, Salvador, Boipeba, João Pessoa, Olinda e São Luís. Além disso, promove roteiros com olhar mais sensível e histórico em outras localidades, inclusive fora do Brasil.
Recentemente, o Guia Negro lançou um programa de viagens no Youtube em parceria com o Catraca Livre. Lá, é possível acompanhar roteiros voltados a apresentar os lugares a partir da cultura negra e o primeiro programa foi na África do Sul. Confira, a seguir:
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Afroturismo: onde e para quem?
O afroturismo, como já explicamos, é uma tendência mundial que promove experiências turísticas a partir de um novo olhar mais sensível e inclusivo, que valoriza a história e a cultura negra. E, especialmente aqui no Brasil, pode ser desenvolvido tanto em destinos urbanos quanto de natureza.
Vale ressaltar que essas experiências se aplicam não só a lugares históricos, mas também às artes, cultura, gastronomia e comunidades. A ideia, segundo Guilherme Soares Dias, é “conhecer, viver e reviver mais da cultura e história negra”. E, apesar do foco do afroturismo ser a população negra e sua identidade, pode ser praticado por qualquer pessoa. Isto porque todos temos muito a ganhar ao conhecermos melhor a história dos povos africanos que ajudaram a formar o Brasil e toda a nossa população. Sobretudo porque, infelizmente, nos roteiros turísticos tradicionais, a cultura negra não tem o destaque merecido.
O bairro da Liberdade em São Paulo, que mencionamos no início deste post, é um bom exemplo disso. Assim como outros tantos lugares da capital paulista que podem ser redescobertos através do olhar mais humanizado das Caminhadas Negras realizadas pelo Guia Negro. Você pode, inclusive, conferir a programação no site ou no Instagram. A plataforma traz, ainda, outras ótimas sugestões de roteiros de afroturismo.
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