Slow Living: a troca do ritmo frenético por uma vida mais plena, produtiva e justa
De acordo com a OMS, o Brasil é o país mais ansioso do mundo desde 2017. No entanto, a chegada da pandemia trouxe uma outra batalha que precisa ser driblada e ela já tem nome: coronafobia, uma ansiedade grave classificada como um medo extremo de contrair o vírus levando a sintomas excessivos de ordem física, psicológica e comportamental.
Se não bastasse isso, parece que as 24 horas do dia não dão conta do dia agitado, apesar da tendência profissional ao trabalho multitarefas. “Quantas vezes você tem a sensação de que está apenas passando pela vida sem vivê-la? Você não está sozinho. Isso não é algo isolado”, ressalta a neuropsicóloga Marina Von Zunben.
Não à toa, a síndrome de Burnout, caracterizada pelo alto nível de estresse, entrou, em 2019, para a Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS). Conforme a International Stress Management Association (ISMA-BR), o Brasil é o segundo país com o maior número de pessoas afetadas pela síndrome.
Pode parecer um beco sem saída tendo que lidar com tantas emoções e angústias, mas há, sim, uma luz no fim do túnel, segundo Von Zunben.
“A busca por uma vida mais leve e equilibrada se tornou uma questão de sobrevivência, por isso, tantas pessoas estão buscando que sua presença no mundo faça sentido. Dessa forma, o movimento Slow Living tem ganhado força com uma proposta de vida ambientalmente, socialmente, economicamente e culturalmente mais plena, justa e respeitosa”, explica.
Mas, afinal, o que é slow living?
O Slow Living, ou Vida Lenta em tradução livre, é um estilo de vida que surgiu na Itália, na década de 80, junto com o slow food, em contraposição ao fast food.
O movimento propõe conectar-se com o presente, que prega mais autoconhecimento, bem-estar, saúde e respeito consigo mesmo e com o meio em que vive. Tem como objetivo fazer enxergar que viver lentamente não quer dizer ficar parado ou ser preguiçoso, mas, sim, revisar a forma de relação das pessoas com meio ambiente e a sociedade.
As incertezas causadas pela Covid-19, a glamourização do estresse, da vida multitarefas com prazos curtos faz com que as pessoas vivam cada vez mais ansiosas e isso impacta na qualidade de vida.
Porém, Marina Von Zunben lembra que fazer mais rápido nem sempre quer dizer fazer melhor, e é exatamente isso que o Slow Living propõe. “Se existe alguma lição boa que podemos tirar dessa pandemia é a percepção de que precisamos reduzir a velocidade, rever hábitos, para enfim, poder respirar”, aconselha.
A neuropsicóloga afirma que pequenos hábitos como desconectar-se por mais tempo do celular, já são um passo para o slow living. “Dar uma pausa é extremamente saudável para os momentos das refeições para aproveitar melhor as conversas, as horas de lazer, e, principalmente, para ter noites de sono com mais tranquilidade”, observa.
Ela destaca o tratamento com fitoterápicos para a pessoa que sofre de ansiedade, evitando efeitos colaterais associados a outros tipos de remédios.
Para ela, fitoterápicos como Passiflora podem ser positivos para quem está estressado, apresentando quadros de ansiedade ou dificuldade em prolongar o período de sono.
“Um exemplo é a Passiflora incarnata associada a Crataegus rhipidophylla e Salix alba L. Esta associação de 3 extratos faz com que haja uma eficácia não somente no tratamento da insônia e ansiedade principalmente pela ação da Passiflora, mas também possibilitando o alívio das repercussões cardíacas da ansiedade, pela ação do Crataegus, como também o alívio das dores tensionais associadas aos quadros de ansiedade, pela ação do Salix”, disse. Porém, a neuropsicóloga ressalta que cada caso é um caso e que sempre é importante ter acompanhamento médico.
Dicas para quem quer uma vida mais tranquila
A profissional acrescenta ainda alguns caminhos básicos que podem ajudar na transição para o slow living:
– Buscar pelo autoconhecimento, entender o que traz felicidade, o que acalma e o que traz paz ao coração.
– Fazer uma coisa de cada vez e não ceder às pressões do dia a dia.
– Buscar por atividades que se conectem com a natureza, como a jardinagem, por exemplo.
– Fazer pausas durante o dia, contemplar a paisagem, ouvir a música preferida, fazer meditação, observar o espaço e as pessoas em volta com mais calma e atenção.
– Reavaliar as rotinas e descobrir o que não é prioridade. Assim, você tomará decisões melhores e com mais tranquilidade;
– Reorganizar o tempo em família, pois valorizar o lar e os relacionamentos são atitudes indispensáveis para construir memórias inesquecíveis com quem você ama.
O movimento oferece um cenário de abordagens mais acolhedoras e sustentáveis com o corpo, com a vida e com o planeta, contrapondo a supervalorização do ritmo frenético atual. “O principal ponto do Slow Living é encontrar seu melhor, e nesse processo, com toda certeza não só você será o beneficiado, como todos os que estão a sua volta”, resume.
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