Um castelo no Rio de Janeiro? Conheça a história da Ilha Fiscal
O palacete em estilo gótico, construído no século XIX, serviu como gabinete do governo e abrigou uma das últimas festas da monarquia, em 1889. O Castelo no Rio de Janeiro, que fica na Ilha Fiscal, é aberto à visitação
Se você já chegou à capital carioca pelo Aeroporto Santos Dumont, é provável que tenha avistado uma pequena ilha com um castelinho nas proximidades. Caso tenha ficado curioso para conhecer esse Castelo no Rio de Janeiro, precisa conhecer a história da Ilha Fiscal.
A Cidade Maravilhosa é repleta de belezas naturais e atrações turísticas mundialmente famosas, como as praias do Leblon, Ipanema e Copacabana, além do Cristo Redentor. Mas, o destino também possui muitos atrativos diferentes e pouco conhecidos da maioria dos viajantes. Um desses lugares é o Castelo da Ilha Fiscal, localizado na Baía de Guanabara.
O palacete em estilo gótico foi construído no século XIX por Dom Pedro II, serviu como gabinete do governo e abrigou uma das últimas festas da monarquia, em 1889. Inspirado na arquitetura medieval da região francesa de Provença, atualmente abriga um museu histórico-cultural, subordinado à Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha.
Neste texto, vamos contar a história da Ilha Fiscal e do icônico Castelo no Rio de Janeiro. Se você quer conhecer um lado diferente e fascinante da cidade, não deixe de incluir essas atrações no seu roteiro. Você vai se surpreender com esse tesouro histórico que merece ser explorado.
História da Ilha Fiscal
A Ilha Fiscal é um dos pontos turísticos mais emblemáticos do Rio de Janeiro. Ela fica a apenas um quilômetro de distância do continente e foi erguida a pedido de Dom Pedro II, para servir como um posto de fiscalização aduaneira do porto. Nela, está situado um castelo neogótico, também chamado de Palacete Alfandegário da Ilha dos Ratos.
Inspirado na arquitetura francesa do século XIV, no estilo provençal, levou oito anos para ser concluído e inaugurado, em 27 de abril de 1889. Destacam-se as curvas que terminam em formato de ogiva e a cor verde jade, que homenageia a Casa de Bragança. O brasão da família, desenhado por Jean-Baptiste Debret, aparece sobre a entrada principal.
Outras partes do castelo são decoradas por adornos em pedra, feitos por artesãos escravos. Os vitrais coloridos, trazidos da Inglaterra, destacam símbolos do império e as figuras da princesa regente Isabel e do imperador Dom Pedro II. O palácio possui uma escada de 38 degraus, feita de pedra esculpida, que leva ao segundo andar, onde ficava o escritório do chefe da alfândega.
Nesse andar, o piso é todo feito em em marchetaria, feito com 14 tipos diferentes de madeiras nobres brasileiras. Acima, fica um relógio alemão de quatro faces grandes, que informava a hora local aos navios que chegavam à Baía de Guanabara, inclusive durante à noite, pois era iluminado.
À direita fica a Ala do Cerimonial, com duas salas decoradas com móveis do final do século XIX. O teto azul claro representa o céu do Brasil, com 16 estrelas douradas que simbolizam as províncias, o nome que se dava aos atuais estados da federação naquela época.
Último baile da monarquia
Historiadores contam que o último baile da monarquia, realizado no Castelo da Ilha Fiscal em 9 de novembro de 1889, aconteceu em homenagem aos oficiais do navio chileno Almirante Cochrane, que visitavam o país. Planejado para receber dois mil convidados, a festa contou com cinco mil pessoas.
Toda a decoração foi feita com as cores do Brasil e do Chile: verde, amarelo, azul e vermelho. As danças típicas da época animaram a noite, ao som de duas orquestras completas. Entre elas, estavam a quadrilha, a valsa, a polca, os lanceiros, a mazurca e o galope.
O cardápio da festa foi farto e variado. Foram servidos 15 pratos frios, 11 pratos quentes e 12 tipos de sobremesa, além de 12 mil porções de sorvete de diversos sabores. As bebidas também foram abundantes. Foram consumidos 10 mil litros de cerveja e 304 caixas de outras bebidas, como vinhos, champanhe e licores. Os ingredientes usados na cozinha incluíram 800 kg de camarão, 500 perus e 64 faisões.
Essa festa luxuosa contrastava com a situação política do país. Os militares do Exército Brasileiro, que haviam se fortalecido após a Guerra do Paraguai (1864-1870), estavam insatisfeitos com a monarquia constitucional parlamentarista. Seis dias depois do baile, eles proclamaram a República, em 15 de novembro de 1889.
Museu
Em 1913, a Ilha Fiscal foi transferida do Ministério da Fazenda para a Marinha e, atualmente, integra oComplexo Cultural da Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha (DPHDM). Em 1999, o espaço foi aberto à visitação pública.
No local, há uma exposição permanente com peças de roupas, jóias, cartolas, bengalas e até o convite original do derradeiro baile do império brasileiro. Há também mostras temáticas, que revelam a participação militar no avanço científico do país.
O tempo passou e o castelinho, como é conhecido por muitos, que presenciou tantos acontecimentos históricos, é hoje um dos mais belos atrativos turísticos do Rio de Janeiro.O visitante pode admirar a incrível área externa da ilha, de onde poderá ver por ângulo diferenciado vários pontos do centro do Rio, o Pão de Açúcar e a ponte Rio-Niterói.
Os ingressos para visitar a Ilha Fiscal são comprados no Espaço Cultural da Marinha e custam R$ 20 o valor inteiro e R$10 a meia entrada.
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