Península de Maraú: dicas para viajar tranquilo pelo sul da Bahia

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Viajar para a Península de Maraú significa descobrir praias quase intocadas, piscinas naturais e cenários que parecem saídos de filme – tudo com dicas práticas para chegar, se hospedar e aproveitar sem erro

Localizada entre Itacaré e Morro de São Paulo, a Península de Maraú se destaca como um dos destinos mais preservados do litoral sul da Bahia. Cercada por praias de águas transparentes, piscinas naturais e vilarejos tranquilos, a região atrai viajantes que buscam sossego e contato direto com a natureza. Mesmo com o crescimento do turismo nos últimos anos, o destino mantém uma identidade simples e autêntica, o que reforça seu caráter único.

Além disso, visitar a Península significa desacelerar e acompanhar o ritmo baiano, onde o tempo parece fluir de forma mais leve. A área revela surpresas a cada trecho: lagoas escondidas, mirantes naturais e trilhas que conduzem a paisagens pouco exploradas. Em Taipu de Fora, por exemplo, o mergulho entre corais coloridos é um dos principais atrativos. Já em Barra Grande, o pôr do sol diário reúne moradores e turistas em um espetáculo que se repete, mas nunca se iguala.

Taipu de Fora
Uma das praias mais belas do Brasil | Foto: Márcio Filho/MTUR

Por outro lado, a Península de Maraú não se destaca apenas pelas belezas naturais. A hospitalidade local e a estrutura turística, que cresce de maneira sustentável, tornam a viagem ainda mais agradável. O destino agrada tanto quem explora a Costa do Dendê de carro quanto quem busca um refúgio romântico ou uma experiência em família. Além disso, o acesso facilitado a partir de Ilhéus ou Salvador reforça sua posição como uma das joias mais completas do litoral baiano.

A seguir, veja algumas dicas de lugares para conhecer na região:

Praia de Taipu de Fora: o cartão-postal da Península de Maraú

Entre todas as praias da Península de Maraú, Taipu de Fora é considerada uma das mais visitadas. Situada a cerca de 7 km de Barra Grande, ela reúne as piscinas naturais mais famosas da Bahia, formadas por extensos recifes de corais. Durante a maré baixa, o mar se transforma em um grande aquário natural, permitindo observar peixes coloridos, ouriços e diferentes espécies marinhas com facilidade. Por isso, planejar o passeio de acordo com a tábua de marés é essencial para aproveitar o cenário em seu melhor momento.

Além disso, Taipu de Fora oferece uma infraestrutura bem distribuída, com quiosques, pousadas e restaurantes que servem pratos típicos da culinária baiana. O local também é conhecido pelo pôr do sol no mirante, que se tornou um dos pontos mais disputados pelos visitantes. O acesso é feito por estrada de areia a partir de Barra Grande, e, em dias chuvosos, a recomendação é utilizar um veículo 4×4 para evitar contratempos.

Peninsula de Marau - Taipu de Fora
Dicas para quem quer conhecer a Península de Maraú, na Bahia. Foto: Otávio Nogueira/Wikimedia Commons

Ainda assim, Taipu de Fora não se resume às áreas mais movimentadas. Quem busca silêncio e contato direto com a natureza encontra trechos mais tranquilos ao norte da praia, onde o fluxo de visitantes é menor e o ambiente permanece praticamente intocado. Essa combinação de piscinas naturais, biodiversidade e boa infraestrutura reforça por que Taipu de Fora é uma parada quase obrigatória para quem deseja entender o encanto da Península de Maraú.

Mirante do Morro do Farol: vista e pôr do sol inesquecíveis

Mirante do Morro do Farol, Península de Maraú
O ponto mais alto da península. Foto: costadosauipe.com.br

O Mirante do Morro do Farol é um dos pontos mais altos da Península de Maraú e, portanto, um dos lugares que melhor revelam a geografia da região. Situado a poucos minutos da vila de Barra Grande, o acesso pode ser feito a pé, de quadriciclo ou com um carro 4×4. Embora o trajeto seja relativamente curto, a vista panorâmica compensa cada passo. Do topo, o visitante observa praias extensas, falésias discretas e o mar em diferentes tons de azul, compondo um cenário perfeito para fotos e contemplação.

Além disso, o mirante ganha ainda mais destaque no fim da tarde, quando o pôr do sol colore o céu em tons de laranja e rosa. O reflexo sobre o mar cria uma atmosfera que atrai casais, famílias e viajantes que buscam um momento de pausa após um dia de trilhas, mergulhos ou passeios de barco pela península. A partir dali, também é possível visualizar o contraste entre a vegetação de restinga e as águas calmas que moldam o litoral.

Por ser acessível e oferecer uma das vistas mais amplas da Península de Maraú, o Morro do Farol se tornou um ponto estratégico em qualquer roteiro. Recomenda-se visitá-lo com calçados confortáveis e levar água, já que alguns trechos do caminho são íngremes. Com um pouco de planejamento, é possível estender o passeio até praias próximas, como Barra Grande e Ponta do Mutá, tornando a experiência ainda mais completa e conectada à diversidade natural da região.

Lagoa do Cassange: entre o mar e as águas doces

Península de Maraú - Lagoa do Cassange
Praia de fácil acesso. Foto: RGM Imóveis/Reprodução

A Lagoa do Cassange é um dos cenários mais singulares da Península de Maraú, sobretudo por unir, em poucos metros, o mar de um lado e a lagoa de outro. Localizada a cerca de 10 km de Barra Grande, a região apresenta um contraste raro e, ao mesmo tempo, harmonioso entre água doce e salgada.

Além da paisagem diferenciada, a lagoa é perfeita para esportes aquáticos leves, como caiaque e stand up paddle. Suas águas calmas favorecem tanto iniciantes quanto viajantes que preferem experiências tranquilas. Nas margens, pequenos bares e pousadas preservam o estilo rústico típico da Península de Maraú, garantindo uma vivência simples, porém autêntica.

Já a praia em frente ao Cassange permanece quase sempre vazia, tornando-se uma opção excelente para quem deseja um banho de mar mais reservado. Assim, é possível alternar entre mergulhos doces e salgados em poucos passos, algo raro até mesmo entre os destinos mais famosos da Bahia.

Para completar, o pôr do sol na Lagoa do Cassange é um espetáculo à parte. O céu ganha tons dourados que se refletem na água tranquila, criando um cenário que atrai viajantes em busca de momentos de pausa e contemplação. Por reunir beleza natural, silêncio e estrutura moderada, o Cassange se firma como uma parada indispensável em qualquer roteiro pela Península de Maraú.

Cachoeira do Tremembé: o encontro da água doce com o mar

Cachoeira do Tremembé
Rio Maraú tem uma queda d’água de 30 metros de largura. Foto: Camamu Adventure/Reprodução

A Cachoeira do Tremembé é uma das atrações mais da Península de Maraú, tanto pela beleza quanto pela rara formação natural. Diferente das quedas d’água tradicionais, ela deságua diretamente no mar, criando um encontro singular entre água doce e salgada. Localizada no município de Maraú, o acesso é feito principalmente por barco, partindo de Camamu ou de Barra Grande. Assim, o trajeto se transforma em parte da experiência, revelando manguezais preservados e pequenas ilhas que compõem a Baía de Camamu.

Ao chegar, o visitante encontra uma queda de cerca de 5 metros, onde é possível tomar banho sob as águas doces antes que elas se misturem ao oceano. Esse contraste, reforçado pelos sons da cachoeira e pelo movimento das ondas, cria uma atmosfera difícil de encontrar em outros destinos do litoral baiano. Além disso, o local costuma ser tranquilo, o que favorece quem busca fugir das praias movimentadas.

Para aproveitar o passeio de forma ainda mais completa, é recomendável visitar a região durante a maré alta, quando o volume de água aumenta e o visual se torna mais impactante. Guias locais podem incluir o Tremembé em roteiros que passam por outras ilhas e pontos pouco explorados da baía, enriquecendo a experiência com informações sobre fauna, flora e cultura regional.

Ilha da Pedra Furada: o símbolo natural da Península de Maraú

Península de Maraú - Ilha da Pedra Furada
a Ilha da Pedra Furada deve seu nome a uma rocha cavada pela erosão. Foto: Tripadvisor/Reprodução

Localizada a cerca de 40 minutos de lancha partindo de Barra Grande, a Ilha da Pedra Furada é uma das formações naturais mais famosas da Península de Maraú. Seu nome deriva do arco esculpido pela ação do vento e das ondas ao longo de séculos, criando um portal rochoso que emoldura o mar aberto. Durante o trajeto, o visitante navega por águas calmas e claras, passando por enseadas e trechos de vegetação preservada que reforçam o clima selvagem da região.

A visita à ilha ocorre principalmente por meio de passeios de barco. Além disso, muitos roteiros incluem paradas estratégicas para mergulho e observação marinha, já que a área abriga peixes coloridos e formações rochosas visíveis mesmo em mar calmo. O local também é um dos pontos mais fotogênicos da baía, especialmente no início da manhã ou no fim da tarde. Nesses horários, a luz atravessa o arco da pedra e colore o mar com tons dourados, criando um cenário ideal para fotos e contemplação.

Além do visual, a Pedra Furada integra roteiros que costumam combinar outras ilhas da Baía de Camamu, como Goió e Sapinho, formando passeios de meio período ou de dia inteiro. Essa variedade permite explorar diferentes paisagens em um único dia, tornando o passeio ainda mais completo para quem visita a Península de Maraú.

Apesar de isolada, a ilha simboliza a harmonia entre natureza preservada e turismo responsável. Assim, conhecer a Pedra Furada é vivenciar uma das expressões mais autênticas da península, onde o tempo desacelera e o contato com a paisagem se torna a principal experiência.

O que saber antes de visitar a Península de Maraú

Península de Maraú - Taipu de Fora
Praia de Taipu de Fora. Foto: Otavio Nogueira/Wikimedia Commons

O melhor momento para visitar a Península de Maraú costuma ser entre setembro e fevereiro, quando o clima se mantém mais estável e as chuvas são menos frequentes. Nesse período, o mar fica mais claro e as estradas secundárias permanecem transitáveis. Já entre abril e julho, o volume de chuva aumenta e alguns acessos podem se tornar escorregadios, exigindo carros 4×4 ou deslocamentos por barco para chegar a praias mais isoladas.

Para quem planeja viagens imperdíveis pelo Brasil, o trajeto até Maraú faz parte da experiência. O visitante pode voar para Ilhéus ou Salvador e seguir pela BA-001 até Camamu, ponto de partida para as lanchas que levam a Barra Grande. Esse deslocamento combina estrada, mar e paisagens preservadas, reforçando a sensação de aventura típica da península. Como alternativa, muitos viajantes optam por transfers marítimos para evitar trechos de terra, especialmente em épocas de chuva intensa.

Em relação aos custos, a Península de Maraú oferece hospedagens para diferentes perfis. Há desde pousadas rústicas próximas à praia até lodges sofisticados com vista para piscinas naturais. Durante a alta temporada, especialmente entre dezembro e fevereiro, os preços aumentam e a reserva antecipada é essencial. Por outro lado, nos meses de baixa temporada, as tarifas se tornam mais acessíveis, embora o movimento diminua.

Por fim, é essencial visitar a região com responsabilidade ambiental. Evitar o descarte inadequado de lixo, respeitar áreas de recifes e manguezais e utilizar protetor solar biodegradável são atitudes que contribuem para preservar esse cenário único. Assim, a Península de Maraú continua sendo um destino sustentável e inesquecível para quem deseja explorar o litoral sul da Bahia com consciência.

Península de Maraú: dicas para viajar tranquilo pelo sul da Bahia
Dicas para quem quer conhecer a Península de Maraú, na Bahia. Foto: Márcio Filho/MTUR
Quando ir à Península de Maraú
Guia de viagens da Península de Maraú – Foto: Otavio Nogueira/ Wikimedia Commons

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