Afroturismo: viajando o Brasil com o Guia Negro

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Plataforma dedicada ao afroturismo, Guia Negro promove roteiros que valorizam a história e a cultura negra em diversos destinos brasileiros

Enxergar os destinos através de um olhar afrocentrado. Essa é a proposta do Guia Negro, uma plataforma que promove o afroturismo por meio da produção de conteúdo digital e da realização de roteiros turísticos por vários lugares. A ideia é proporcionar experiências diversas dentro do turismo, valorizando as raízes negras, geralmente negligenciadas nas viagens tradicionais. Uma ótima oportunidade para quem quer se aprofundar em cultura ao viajar pelo Brasil.

E, neste post, vamos te mostrar algumas opções de lugares para conhecer através do Guia Negro. Os roteiros passam por grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, assim como lugares que são conhecidos por suas belezas naturais, mas que guardam muitas histórias e personagens surpreendentes. E o mais legal é que os passeios sugeridos pelo Guia Negro podem ser feitos tanto em viagens em família, como com grupos de amigos ou, até mesmo, sozinho. Confira, a seguir:

Guia Negro: viagens de afroturismo

As visitas promovidas pelo Guia Negro lançam um olhar afrocentrado sobre os destinos turísticos. Mas, na prática, o que isso quer dizer? Significa que os roteiros turísticos são pensados para mostrar como a cultura negra contribuiu para a formação dos lugares e contar a história dos negros que viveram e ainda vivem ali. Para isto, são feitas visitas em locais históricos, a monumentos e museus, assim como a comunidades quilombolas. E isto pode ser feito tanto em destinos urbanos quanto rurais.

São Paulo

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Foto: Divulgação

O trabalho do Guia Negro teve início justamente na maior metrópole do Brasil e, até hoje, a plataforma desenvolve um trabalho super bacana de redescoberta da capital paulista. Uma das ações é a Caminhada São Paulo Negra, uma espécie de walk tour que revela traços da cultura negra em pontos importantes da cidade.

O roteiro principal tem cerca de 3 horas de duração, sai da Praça da Liberdade e termina no Largo do Paissandu. Mas há também segmentações, como a Caminha Barra Funda Negra e a Caminhada Bixiga Negra. Os passeios são realizados com frequência e a programação pode ser vista no site do Guia Negro. Os roteiros também incluem visitas a equipamentos de cultura que valorizam o olhar afrocentrado, como o Museu Afro Brasil.

Salvador

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Foto: Felipe Dias / Unsplash

A capital da Bahia também recebe passeios organizados pelo Guia Negro. Nela, o objetivo da plataforma é mostrar que a cultura negra vai além do carnaval de Salvador. Para isto, as Caminhadas Negras levam os turistas para conhecer as sedes do Ilê Ayiê e do Olodum, passeiar pela Lagoa de Abaetê e Farol de Itapuã, além de fazer a travessia de barco pela baía de todos os santos de Plataforma para o Bairro da Ribeira.

Além disso, os viajantes podem conhecer o Museu Afro Brasileiro, no Pelourinho, fazer um passeio de pedalinho pelo Dique do Tororó, onde há esculturas dos orixás, e visitar o Acervo da Laje, museu que abriga obras de arte do Subúrbio Ferroviário. Pois, assim como em São Paulo, há roteiros segmentados que permitem explorar ainda mais a cidade do ponto de vista afrocentrado.

Rio de Janeiro

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Foto: Divulgação

O Rio de Janeiro tem a segunda maior população negra do país, ficando atrás apenas de São Paulo. E, claro, é um dos lugares para redescobrir através do trabalho do Guia Negro. A plataforma realiza Caminhadas Negras na capital fluminense e revela lugares históricos importantes para a cultura negra. Um deles é a Pequena África, localizada no centro do Rio, que compreende os bairros da Gamboa, Saúde e a Zona Portuária. Antigamente, a região servia de abrigo às comunidades africanas e descendentes e, por isso, recebeu esse nome. Hoje, guarda a memória desses povos através de monumentos e equipamentos culturais.

Berço do samba, o Rio de Janeiro também tem outras vertentes musicais de raiz africana que podem ser conhecidas, como o Jongo da Serrinha, o Tambor de Cumba, o Grupo Zanzar e o Afrolaje. Nas experiências turísticas do Guia Negro, os caminhantes têm oportuniade de conhecer o bairro de Madureira e as histórias da Império Serrano e Portela.

Jalapão

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Foto: DIvulgação

Região que atrai turistas por suas belezas naturais, o Jalapão é também um local super bacana para redescobrir a cultura negra. Além de oferecer roteiros em sete cidades (São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís, Boipeba, Olinda e João Pessoa), a plataforma cria textos que são guias para que todas as pessoas possam conhecer outros lugares por meio do protagonismo negro. No Jalapão, as dicas privilegiam também o turismo de base comunitária ao mostrar como as famílias quilombolas garantem seu sustento através da produção artesanal.

Um dos principais lugares para conhecer é o Quilombo Mumbuca, localizado na região de Mateiros. Nele, é possível visitar as comunidades de Mumbuca, Rio Novo, Quintais do Prata e Rio da Prata. Nelas os visitantes fazem oficinas de artesanato com capim dourado, visitam áreas de cultivo, fazem trilhas por cenários belíssimos e participam de rodas de conversa e cantigas.

São Luís

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Foto: SETURMA

Mais uma viagem super interessante para fazer com o afroturismo, a capital do Maranhão 74% de sua população negra. No entanto, esse aspecto é completamente negligenciado nos roteiros turísticos tradicionais. Por isso, o Guia Negro propõe um novo olhar nas visitas à São Luiz. Uma forma de fazer isso é participar do Caminho Ancestral, um passeio realizado pelo Instituto Da Cor ao Caso que valoriza a cultura negra nos principais pontos do centro histórico e outros bairros. Durante o trajeto, um guia explica a história de pessoas negras que contribuíram para a formação da cidade.

Vitória

Vitória
Foto: Divulgação

Mais uma capital que pode ser redescoberta através do afroturismo, Vitória tem mais da metade de sua população negra, porém poucas referências culturais relacionadas ao turismo. Mas, como destaca o Guia Negro, há muitos lugares para aprender mais sobre a história dos negros que viveram e vivem na cidade. Isto porque a capital do Espírito Santo tem uma história rica e viva da presença dos negros.

Entre os lugares para visitar está a Escadaria Maria Ortiz, no centro histórico. Antes conhecida como Ladeira do Pelourinho, por ser o local onde pessoas escravizadas eram torturadas quando cometiam atos considerados criminosos por seus senhores, hoje é um dos pontos de parada obrigatória para quem quer saber mais da cultura negra. Vale a pena, ainda, visitar o Museu Capixaba do Negro (Mucane), o Bar da Zilda, o Paneleiras de Goiabeiras, a Igreja São José do Queimado, a Igreja Nossa Senhora do Rosário e o Museu São Benedito do Rosário.

E as opções de lugares para fazer afroturismo não param por aqui. No site do Guia Negro, é possível encontrar mais sugestões de roteiros para se aprofundar na cultura negra, entre eles Recife, Maceió, Campo Grande, entre outros. 

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