Santos Dumont história

Santos Dumont: o mineiro que contribuiu para as viagens de avião

12-Jun-2023
Redação | GuiaViajarMelhor.com

Brasil 12-Jun-2023

De jovem visionário a inventor do avião, Santos Dumont foi um cientista que deixou um grande legado ao mundo e contribuiu significativamente para o desenvolvimento das viagens de avião

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Ele nasceu em solo mineiro, mas seu espírito audacioso e inovador o levou muito além das fronteiras. Alberto Santos Dumont foi um cientista e inventor que ficou eternizado na história como o visionário que possibilitou as viagens aéreas. Desde os primeiros anos de sua vida, sempre demonstrou curiosidade pelo conhecimento. E, inspirado pelas obras de Júlio Verne, sonhava em explorar e desbravar os céus, até então inalcançáveis.

Foi com sua mente brilhante e uma enorme determinação que dedicou sua vida à concretização desse sonho e, com isso, impulsionou a evolução e história da aviação. Seu legado foi uma das contribuições mais incríveis que alguém já deixou para a humanidade. Descubra a fascinante história de Santos Dumont, um brasileiro que saiu do interior de Minas Gerais para conquistar os céus de todo o mundo.

Quem foi Santos Dumont?

A história de Santos Dumont. Foto: Divulgação Força Aérea Brasileira

Alberto Santos Dumont foi um cientista e inventor brasileiro que se destacou por sua grande engenhosidade. Ele nasceu em 20 de julho 1873 em Cabangu, interior de Minas Gerais

, onde fica atualmente a cidade de Santos Dumont. Era o sexto filho de uma família de oito irmãos.

Seu pai, Henrique Dumont, era um engenheiro de ascendência francesa, enquanto sua mãe, Francisca de Paula Santos, era filha de um comendador. Eles desfrutavam de uma vida abastada, permitindo que seus filhos tivessem acesso às melhores oportunidades. Após trabalhar por algum tempo na construção de estradas de ferro, Henrique decidiu investir em uma fazenda de café, uma das atividades mais rentáveis da época.

Um jovem visionário

Foto: Divulgação Força Aérea Brasileira

Desde criança, Santos Dumont sempre demonstrou interesse por literatura. Fascinado pelas obras do francês Júlio Verne, seu escritor preferido, ele desenvolveu uma grande paixão pelo céu e pela aviação. A outra grande paixão eram os maquinários da fazenda do pai, que funcionam na extensa estrada de ferro que este havia construído no local, que possuía 96 km de extensão.

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Em 1890, sua vida passou por uma grande reviravolta após um trágico acidente sofrido por Henrique Dumont. Durante uma queda de charrete, Henrique bateu a cabeça no chão e teve um derrame que o deixou paralisado em um dos lados do corpo. Essa situação o deixou sem condições de continuar gerenciando a fazenda, levando-o a vendê-la e viajar para a Europa em busca de tratamento médico.

Em abril do ano seguinte, Santos Dumont embarcou com a família para a França. E foi em Paris que ele encontrou o ambiente propício para desenvolver suas habilidades científicas, já que a Cidade Luz vivia a efervescência da Belle Époque, período marcado pelo progresso e avanço científico.

As viagens aéreas como conhecemos

Foto: Divulgação Força Aérea Brasileira

Em Paris, Santos Dumont dedicou-se inicialmente ao estudo de motores de combustão interna. Para entender melhor o funcionamento, ele decidiu comprar um carro Peugeot Type 3, que fazia 16 km/h. E, quando seus pais decidiram voltar ao Brasil, em 1891, trouxe-o consigo, tornando-se o primeiro homem a dirigir um automóvel na América do Sul. No mesmo ano, seu pai o emancipou, dando-lhe sua parte na herança. O jovem, então, decidiu retornar a

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Paris para dar início a seus estudos na área da aviação. Algum tempo depois, ingressou na Universidade de Bristol, na Inglaterra, para aprimorar seus conhecimentos.

A partir de 1897, Santos Dumont começou seus primeiros testes no campo da aeronáutica, desenvolvendo dirigíveis. Após algumas tentativas frustradas, ele obteve sucesso em 1898, alcançando 400 metros de altura em seu terceiro voo. Ao longo dos anos, o brasileiro continuou aprimorando suas criações e projetos de dirigíveis, que lhe renderam prêmios e reconhecimento. Ganhou um concurso e se tornou famoso na cidade no início do século XX.

O pai da aviação

Em 1905, Santos Dumont deu início aos testes para desenvolver uma aeronave mais pesada que o ar. Seu famoso aeroplano, o 14-Bis, equipado com um motor de 50 cavalos de potência, realizou dois voos marcantes em Paris em 1906. O primeiro alcançou 60 metros de altura, enquanto o segundo, testemunhado por membros da Federação Aeronáutica Internacional (FAI), percorreu 220 metros a seis metros de altura.

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Além do 14-Bis, Santos Dumont também apresentou o Demoiselle em 1909, um avião que atingiu a velocidade de 90 km/h. Apesar de não patentear sua invenção na época, sua criação influenciou a construção de muitos aviões posteriores. Santos Dumont foi pioneiro na aviação e contribuiu significativamente para o desenvolvimento dessa área.

Aposentadoria e morte de Santos Dumont

Foto: Divulgação Força Aérea Brasileira

Mas sua carreira não durou muito tempo. Em 1910, ele sofreu um acidente com um de seus novos modelos do Demoiselle e decidiu se aposentar devido aos riscos envolvidos em sua profissão. Além disso, foi diagnosticado com esclerose múltipla, uma doença incurável que afetou sua saúde física e mental.

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Para agravar ainda mais sua situação, alguns anos depois, Santos Dumont viu suas invenções serem utilizadas na Primeira Guerra Mundial, guerra, algo que o perturbou profundamente e o deixou em depressão. Ele decidiu voltar ao Brasil e, após passar por várias clínicas de repouso, sua frágil situação o levou a depender dos cuidados de seu sobrinho, Jorge Dumont Villares. Juntos, eles se estabeleceram em um hotel no Guarujá, no interior de São Paulo.

Acredita-se que, no dia de sua morte, aviões sobrevoaram a região próxima a ele, bombardeando-a. Perturbado pela cena, cometeu suicídio em 23 de julho de 1932, aos 59 anos de idade. Seu túmulo, no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, já estava sendo preparado desde 1922. E, assim, foi enterrado, ao lado de seus pais e sob uma escultura de Ícaro – uma réplica do monumento de St. Cloud, erguido em sua homenagem pelo Aeroclube da França.

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