Veneza passará a cobrar taxa de entrada aos turistas a partir de 2024

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A partir do próximo ano, turistas que passarem apenas o dia em Veneza terão que pagar uma taxa de entrada no valor de 5 €. A medida visa diminuir o turismo em massa, para preservar o patrimônio e as belezas naturais da cidade.

Com o objetivo de diminuir o turismo em massa, Veneza começará a cobrar uma taxa de entrada aos visitantes que passarem apenas o dia na cidade. O destino está ameaçado de entrar para a lista de patrimônios em perigo da Unesco, devido à degradação do centro histórico e às mudanças climáticas. Ficam isentos de pagar a tarifa, no valor de 5 € (cerca de R$ 26), menores de 14 anos e os visitantes que se hospedarem ao menos uma noite. 

A medida, que passará a valer a partir de 2024, ainda não é definitiva. De acordo com o prefeito de Veneza, Luigi Brugnaro, a medida será um “experimento” inicial de 30 dias. Caso a ideia funcione, o valor será pago apenas uma vez ao ano em períodos de maior movimento turístico, como feriados prolongados e Carnaval. O calendário completo com as datas em questão será divulgado mais adiante.

“O verdadeiro desafio é desencorajar os visitantes de um só dia. Os residentes, trabalhadores e os que pernoitam, sabemos quantos são. O que dá problema é o alto número de visitantes por um dia, que vêm com a família, passeiam aqui. Não tem problema, mas talvez possamos desencorajar a vinda em certos dias e criar o hábito de ‘reservar’ a vinda à cidade”, explicou Brugnaro.   

Veneza: patrimônio mundial em perigo

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Foto: Ricardo Gomez Angel / Unsplash

A Unesco recomendou, no final de julho, que a cidade de Veneza fosse colocada na lista do patrimônio mundial em risco, ao considerar que a Itália havia tomado medidas “insuficientes” até então para lutar contra a deterioração da cidade. 

A entidade da ONU afirmou que a mudança climática, que eleva o nível do mar, e o turismo em massa colocavam em perigo “as características únicas e excepcionais” do patrimônio da cidade. Em 2019, Veneza teve a maior inundação dos últimos 50 anos e preocupou os moradores.

No entanto, a recomendação da Unesco não é obrigatória, pois depende da aprovação dos Estados-membros. Veneza é uma cidade formada por 118 ilhas conectadas por centenas de pontes e canais. Fundada no século V, tornou-se uma grande força naval no século X, e foi declarada Patrimônio Mundial da Unesco em 1987.

Também conhecida como Sereníssima, é uma das cidades mais procuradas pelos turistas que vão à Itália. No máximo de sua lotação, cerca de cem mil visitantes pernoitam em seus hotéis, além dos milhares de turistas que só passam o dia. Isso gera um desequilíbrio em relação aos 50 mil moradores da cidade, que estão diminuindo cada vez mais.

“Seguimos em um turismo de massa, não um turismo sustentável, e tudo isso em detrimento da população. Veneza não deve se transformar em um museu a céu aberto”, explicou em julho à AFP um diplomata da Unesco. A pandemia de Covid-19 mostrou os benefícios da diminuição do número de turistas na cidade. As águas dos canais ficaram cristalinas e surgiram vários animais, inclusive, uma água viva.

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