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Em busca de mão de obra qualificada, visto estrangeiro mais flexível permite a entrada na Alemanha, Portugal e Reino Unido para a busca de emprego
Em 2022, o sonho de morar na Europa ficou mais próximo de ser realizado após a flexibilização do visto estrangeiro em países como a Alemanha, Portugal e o Reino Unido. A ideia principal dos governos é atrair trabalhadores qualificados para suas nações, que sofrem com a escassez de mão de obra ou o envelhecimento da população.
Os três países somaram-se a outros tantos que, nos últimos anos, criaram vistos para atrair profissionais para seus territórios, incluindo nômades digitais. E muitos brasileiros têm se beneficiado com essas facilidades, deixando o país para viver em outras partes do mundo. Somente em Portugal, cerca de 670 mil imigrantes vindos do Brasil desembarcaram no país europeu entre janeiro e outubro de 2022.
Visto de trabalho em Portugal
Desde agosto do ano passado, é possível obter o visto para procurar emprego em Portugal. Essa foi uma das mais importantes flexibilizações de visto estrangeiro na Europa. Na prática, o novo visto permite a entrada e residência de profissionais em busca de emprego pelo prazo de 120 dias, com possibilidade de prorrogação de mais 60 dias.
Neste período, o trabalhador vai buscar uma colocação no mercado de trabalho português. Caso não consiga, terá que retornar ao seu país de origem, podendo fazer uma nova tentativa após um ano da data de validade do visto anterior.
A regra beneficia, principalmente, trabalhadores oriundos de países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que inclui o Brasil. Portugal também facilitou a entrada de nômades digitais no último ano, com um visto específico para estes trabalhadores.
Neste caso, a autorização de permanência é maior, podendo chegar a até 5 anos. Para isto, é necessário apresentar o contrato de trabalho e uma declaração da empresa para comprovar o vínculo empregatício. Quem trabalha de maneira independente, deve apresentar um contrato de prestação de serviço e comprovar uma poupança de pelo menos três salários mínimos de Portugal, em torno de € 2.800 euros – o equivalente a R$ 15.500 na cotação atual.
Em ambos os casos, Portugal permite que familiares acompanhem o trabalhador que obter o visto. Mas é preciso comprovar uma renda maior, cerca de 50% a mais para acompanhantes maiores de 18 anos e 30% para menores de idade.
Alemanha flexibiliza visto estrangeiro
A Alemanha também decidiu flexibilizar o visto para trabalho a fim de atrair imigrantes em busca de emprego no país. O motivo é o envelhecimento da população alemã e a escassez de mão de obra. Por ano, cerca de 20 mil vagas ficam sem profissionais para ocupá-las por esses dois motivos.
O anúncio da flexibilização foi feito em setembro de 2022. Segundo o Ministro Federal do Trabalho da Alemanha, Hubertus Heil, o governo da Alemanha está trabalhando no novo visto com foco em imigrantes que não fazem parte da União Europeia. A seleção desses trabalhadores será feita com base em um sistema de pontos.
Para isto, deverão preencher alguns critérios do novo visto, chamado de Chancenkarte (ou cartão de oportunidades). Entre as exigências estão: possuir diploma universitário; ter morado na Alemanha ou possuir conhecimento em alemão; possuir, pelo menos, três meses de experiência profissional; e ter menos de 35 anos.
Além disso, os imigrantes interessados em morar e trabalhar na Alemanha devem comprovar renda suficiente para pagar as despesas durante o período em que estarão em busca de emprego no país. Quem conseguir o visto estrangeiro, poderá permanecer em território alemão de seis a doze meses nessa condição. No entanto, o novo visto, assim como em Portugal, não dará autorização de moradia permanente no país.
Reino Unido tem visto para indivíduos de alto potencial
O Reino Unido, por sua vez, criou um visto que não só flexibiliza a entrada de profissionais estrangeiros como seleciona indivíduos de alto potencial (high potential individual, em inglês). O novo visto foi criado em maio de 2022. Ele permite que profissionais graduados em universidades de elite peçam permissão para morar e trabalhar no país.
Os interessados deverão ter se formado nos últimos cinco anos em uma das instituições listadas como top 50 em pelo menos dois destes sistemas de qualificação: Times Higher Education World University Rankings, Quacquarelli Symonds World University Rankings e The Academic Ranking of World Universities. Como o visto não depende do país de origem do aluno ou ex-aluno dessas universidades, cerca de 14 mil brasileiros poderiam pleitear o novo visto do Reino Unido.
E, diferente dos vistos existentes anteriormente no Reino Unido, a nova medida não exige a oferta de emprego de uma empresa local. Para quem tiver bacharelado ou doutorado em uma dessas universidades, o visto estrangeiro terá duração de dois anos. Além disso, os trabalhadores que receberem a aprovação de ingresso no Reino Unido, poderão levar parceiro e filhos menores de 18 anos.
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