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A última sexta-feira (17) surpreendeu investidores, turistas e profissionais da indústria de viagens. O cancelamento precoce das operações da ITA Transportes Aéreos estremeceu o mercado de turismo, após iniciar as operações em julho deste mesmo ano.
Poucos meses de operações, voos com problemas frequentes e muitas dúvidas marcaram uma trajetória curta da companhia aérea, aposta arriscada do Grupo Itapemirim no mercado de aviação brasileiro.
Com uma rápida aprovação na Anac, a empresa teve o seu voo inaugural no dia 29 de junho de 2021, agraciado por diversos jornalistas, blogs e influenciadores de viagens.
Voo Inaugural e Salários Atrasados
Cerca de seis semanas antes de lançar o primeiro voo da companhia, a ITA Transportes Aéreos solicitou o encerramento do processo de recuperação judicial, que já estava em curso desde 2016, conforme publicado em matéria da Exame no mês de maio.
Ex-funcionários contestaram o pedido de encerramento do plano de recuperação judicial, que estava protocolado na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Cidade de São Paulo. Credores e associados alegavam já na época, não terem recebido os salários.
Mesmo com voos de valores mais baixos, a ITA Transportes Aéreos recebia reclamações frequentes de passagens canceladas e não realocadas.
Recentemente, já durante a alta temporada, a empresa lançou um comunicado informando o fim das operações. O encerramento precoce e sem aviso prévio, com voos cancelados a uma semana do Natal, repercutiu negativamente e abriu novas questões sobre a empresa.
Dono do Grupo Itapemirim abre empresa no exterior
Ao todo, mais de 4.500 funcionários da Itapemirim aguardam os pagamentos em atraso. Enquanto isso, credores pedem falência da empresa, que acumula prejuízo de R$ 176,33 milhões desde dezembro de 2016.
Apesar das dívidas assumidas e um imenso problema de gestão aparente, os processos trabalhistas e a recuperação judicial não impediram o Grupo Itapemirim de investir em novos mercados, inclusive no setor de transportes aéreos.
Um pouco antes do comunicado de encerramento da ITA Transportes Aéreos, que chegou a ter a saída repentina dos funcionários em todos os aeroportos que a empresa operava, uma matéria do Congresso em Foco trouxe com exclusividade um novo empreendimento do dono do Grupo Itapemirim.
Mesmo com os problemas administrativos da empresa, Sidnei Piva, proprietário do Grupo Itapemirim, abriu uma outra marca em Londres, em uma das ruas mais famosas, no valor de cerca de 6 bilhões na cotação atual.
Apurado pela jornalista Vanessa Lippelt, o investimento de £780 milhões trouxe novamente o nome do proprietário do grupo aos holofotes, na mesma semana em que a notícia de paralisação abala o nome da companhia no mercado.
A SS Space Capital Group UK Ltd, offshore montada no Reino Unido, trabalha com fundos de investimentos e serviços financeiros. Nos documentos de registros no Departamento de Negócios, Energia e Estratégia Industrial no Reino Unido, Sidnei Piva aparece como presidente da empresa.
Como será a reacomodação dos passageiros da ITA?
Em novo comunicado feito no último domingo (19), a ITA Transportes Aéreos informa à imprensa sobre a reacomodação dos passageiros que sofreram cancelamentos.
O Grupo Itapemirim orienta que “apenas os clientes que estejam fora de seu domicílio, e que tenham viajado anteriormente com a ITA, entrem em contato nos canais de atendimento da companhia, exclusivamente para reacomodação de retorno aos seus destinos de origem.”
Segundo o comunicado, para turistas que estavam com voos previstos e que ainda estão em suas cidades de origem, o reembolso integral dos valores será feito.
Enquanto isso, só os próximos episódios desta história poderão definir qual será o prejuízo real dos credores, passageiros e colaboradores da companhia.
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