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Espaço cultural, Instituto Artium, abre as portas com exposições coletivas de artistas contemporâneos nacionais
Os centros culturais de São Paulo sempre foram pontos de encontro de jovens de várias gerações na cidade. Os lugares unem o passeio cultural com utilidades escolares, servindo de escoamento para novos talentos artísticos. Cada centro cultural passa por um período em que é muito cultuado por um segmento antes de ampliar seu público e receber outros tipos de frequentadores.
Instituto Artium
O Instituto Artium é o mais novo centro cultural de São Paulo. Trata-se de uma entidade cultural sem fins lucrativos criada em 2019 que abriu recentemente as suas portas ao público e, logo de cara, estreou com uma exposição coletiva inédita, Semana de 21, que teve a curadoria do artista plástico e fotógrafo Alberto Simon. O imóvel onde está localizado fica na Rua Piauí, bairro de Higienópolis, um ponto nobre da capital.
O casarão sede possui uma área de 1.700 metros quadrados e é inteiro feito numa mistura de estilo arquitetônico eclético e Luís XVI. Antes de abrir passou por minuciosas obras de restauração para manutenção e restauração de seu patrimônio histórico, baseado completamente numa estrutura datada de 1920/1921. Já nessa época era uma atração em São Paulo. O chamado Palacete Stahl foi modernizado nessa época objetivando abrigar o primeiro representante diplomático da família real sueca em São Paulo e ao mesmo tempo servir de residência ao comandante Cônsul Gustav Stahl.
Por volta de 1924 a construção foi obtida pelo Coronel José de Souza Ferreira, cafeicultor de Itapira, município de São Paulo, tornando-se na sequencia uma casa unifamiliar. Em 1932 foi comprada pelo banqueiro Francisco José Pereira Leite.
O Império do Japão adquiriu a residência em 1940 como território consular e usou-a para abrigar seu cônsul geral. Então veio o fatídico incidente de Pearl Harbor, no final de 1941, o que fez com que a missão diplomática japonesa deixasse o Brasil um ano depois. Dez anos depois, em 1951, o governo japonês reabriu o palácio como um escritório de representação quase na sequência da retomada das relações diplomáticas de Brasil e Japão em 1952. A construção, então chamada de Palat Palace, passou a funcionar como consulado.
A história não para por aqui. Na década de 1970 o Cônsul Geral Oneshinfu foi sequestrado por uma organização anti governamental no cruzamento das Ruas Alagoas e Bahia. Foi libertado cinco dias depois em troca de prisioneiros políticos. E dez anos depois, o governo japonês transferiu seu consulado, o que fez com que a mansão caísse em desuso e consequentemente no abandono.
Na década de 1980 viu-se iniciar um período de forte deterioração até que a mansão foi incluída na lista do Conpresp em 2005, quando passou a receber o status de patrimônio histórico. O atual proprietário a adquiriu em 2007. Dois anos depois o Palacete foi restaurado.
Em janeiro de 2020 o lugar se tornou a sede do Instituto Artium, que mudou sua sede para a propriedade e começou a seguir a determinação do Conpresp para restaurar sua fachada removendo tinta e adicionando acrílico, cobrindo sua textura original com uma massa de cimento especial de cor áspera esmaltada. Manteve o calcário francês, uma característica da arquitetura da época, e algumas características internas decorativas e originais do edifício foram rigorosamente restauradas.
Na exposição de estreia, Semana de 21, as obras apresentadas não pretendem “dialogar” com o espaço, mas sim evidenciar o contraste que representam os 100 anos desde a sua construção até à sua reabertura como academia de arte. O evento foi inteiramente pautado pelo trabalho atual de artistas de diferentes gerações que utilizaram diferentes suportes para promover a reflexão do momento atual e o retorno à normalidade no mundo pós-pandêmico.
Sobre a exposição, o curador Alberto Simon declarou em várias ocasiões que “a 21ª semana é uma exposição que celebra a diversidade de linguagens e mídias. Não há proposta de coesão visual ou de conteúdo. A obra de 18 artistas representa a enorme complexidade do mundo de hoje”.
Em tempo: acostume-se a visitar centros culturais em São Paulo, principalmente se estiver na região da Avenida Paulista. Há muito o que ver por lá como o Museu de Arte de São Paulo (MASP); o Itaú Cultural, com uma incrível mostra de arte colonial brasileira; o Centro Cultural Fiesp-Ruth C, com teatro e concertos gratuitos; a Casa das Rosas, com saraus inesquecíveis; o Caixa Belas Artes, com mostras alternativas de cinema; a Livraria Cultura no Conjunto Nacional, espaço de leitura obrigatório, dentre muitos outros.
+ info:
Instituto Artium de Cultura
Piauí, 874 – Higienópolis, São Paulo – SP, 01241-001
Telefone: (11) 3660-0130
Site oficial
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