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Grupo carioca reúne mais de 80 mulheres apaixonadas por montanhismo, escalada e aventura nas alturas
As mulheres estão por toda a parte! No Brasil elas são maioria, são mais de 100 milhões de habitantes do sexo feminino, representando 51,6% da população nacional, segundo levantamento feito em 2017 pela PNAD-C (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) e publicado na página oficial do IBGE no mesmo ano.
Dentro desse cenário, surge cada vez mais iniciativas com o foco no universo feminino. “Eu, particularmente, não me interessava muito por criar esse ambiente unicamente feminino já que sempre tive muitos amigos homens e não me sentia afetada por isso.” diz Alice Souto, uma das idealizadoras do projeto Escale como uma Garota.
A escalada é um esporte de duplas, onde o guia da cordada – quem vai na frente – assume os maiores riscos (e cuidados). “Há algum tempo me pergunto por que muitas mulheres não guiam, já que podemos nos sentir tão capazes quanto os homens, mais dispostas a tentar e errar e não apenas buscar uma perfeição absoluta.”
A instrutora de escalada e uma das fundadora da Escola Move, Alice Souto, percebeu o preconceito das pessoas duvidando de sua capacidade e porte físico, mas, apesar do desconforto, isso serviu como combustível para enxergar a importância da sororidade como um suporte para enfrentar novos desafios. “No começo do ano fiz uma viagem para Argentina e tive influência direta de referências femininas praticando a modalidade, percebi dificuldades comuns e senti que escalar mais com mulheres poderia me fortalecer , além de encorajar outras como nós”.
“A gente tende a pensar no machismo como algo explícito e grotesco, mas tem muito a ver com a consciência social e com os pequenos atos. Percebi que a maioria das mulheres não sente diretamente a pressão masculina, mas tende a ser protegida e não assumir à dianteira quando não há o respaldo de alguém, já que não se sentem capazes de assumir todas as responsabilidades de um esporte radical”.
Criado há cerca de dois meses, o projeto Escale como uma Garota começou sem muitas pretensões em um grupo no WhatsApp. A proposta mostrou a força da escalada e do montanhismo dentro do universo feminino, agregando mulheres escaladoras do Rio de Janeiro. Logo nas primeiras semanas o projeto mostrou como havia carência nesse nicho, atraindo dezenas de mulheres.
O objetivo inicial era estimular mais cordadas femininas na parede, bem como identificar os impasses de cada uma para trabalhar isso juntas em atividades regulares, seja no Rio de Janeiro ou em outros destinos.
O grupo se tornou um sucesso imediato, surpreendendo todas as envolvidas. As escaladoras cariocas entraram de cabeça na ideia e só em abril foi reunido mais de 40 mulheres no grupo para desde um encontro em um bar para trocar ideias e experiências, até práticas em lugares cariocas emblemáticos, incluindo uma invasão feminina na Abertura de Temporada de Montanha que aconteceu em um sábado (27 de abril) no Morro da Urca. O evento mostrou a importância de novas ações como essa, tendo, inclusive, a cobertura no Globo Esporte.
Alice Souto é instrutora de escalada na Escola Move, já viajou para diferentes países da América e da Ásia, além de trabalhar guiando turistas pela rede El Misti Hostels, com hostels em Ipanema e em Copacabana.
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