Por que as passagens aéreas estão tão caras? Entenda alta dos preços

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Nos últimos 12 meses, as passagens aéreas ficaram 88% mais caras. Saiba quais fatores influenciam na alta dos preços e como driblar a situação

Não é de hoje que os viajantes têm notado que as passagens aéreas estão ficando cada vez mais caras. E não se trata apenas de uma percepção. A alta dos preços do bilhete aéreo é real e explicada por alguns fatores que influenciam, diretamente, na composição do valor cobrado dos passageiros. Mas o que, de fato, justifica o aumento expressivo das passagens aéreas? É sobre isto que trataremos neste post e, ainda, vamos te explicar quais são as alternativas para as passagens aéreas caras. 

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço do bilhete aéreo disparou no último ano. De julho de 2021 a junho de 2022, as passagens aéreas ficaram 88% mais caras. Nesses últimos 12 meses, a inflação acumulada nos bilhetes foi de 122,4%, enquanto a média geral da inflação no mesmo período foi de 11,89%. A justificativa das empresas aéreas é o aumento dos custos e da procura de passageiros no pós-pandemia.

Passagens aéreas caras: por quê?

passagens aéreas caras
Foto: Nils Nedel / Unsplash

Mas a verdade é que existem alguns fatores que influenciam na alta dos preços do bilhete aéreo, assim como cada um deles tem um peso diferente na composição do valor. Por exemplo, o custo com o combustível representa 40% do preço de uma passagem aérea no Brasil. Enquanto isso, a média mundial gira em torno de 20% a 24%. Nesse sentido, a valorização do dólar frente ao real também exerce grande pressão no setor aéreo.

Para facilitar o entendimento, vamos detalhar, a seguir, quais são os fatores que deixam as passagens aéreas caras:

Preço dos combustíveis

O querosene de aviação (QAV) – combustível utilizado nas aeronaves – ficou 30% mais caro no último trimestre de 2021, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Somente em 2022, o valor do combustível subiu 70,6%, conforme um levantamento da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR). Em todo o ano de 2021, a alta foi de 91,9% em comparação com o ano anterior, de acordo com a Anac.

O aumento do preço do petróleo no mercado internacional justifica, em grande parte, a elevação no valor do querosene de aviação. Isto porque, apesar de 90% do insumo ser produzido no Brasil, a Petrobras adota uma política de paridade com preços do mercado internacional. Ou seja, as companhias aéreas pagam aqui o combustível com o valor 100% em dólar.

Variação cambial

Nesse sentido, a variação cambial interfere diretamente na alta dos preços das passagens aéreas. Para se ter uma ideia, o dólar valorizou 38,7% sobre o real nos cinco primeiros meses de 2022.

Retomada das viagens

preços passagens aéreas
Foto: Rudy Dong / Unsplash

O aquecimento do setor do turismo também influencia no preço das passagens aéreas. Após dois anos de prejuízos por conta da pandemia, as companhias aéreas aproveitam o aumento do interesse dos viajantes para recuperar parte das perdas e recompor suas margens.

Impostos e judicialização

Questões legais também afetam o valor cobrado pelos bilhetes aéreos no Brasil. Por exemplo, o ICMS – imposto estadual – que incide sobre os voos nacionais, por vezes, torna a viagem para destinos brasileiros mais cara que para outros países. Da mesma forma, o número de ações judiciais contra as companhias aéreas, que é maior no Brasil. De acordo com a Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata), em 2019 houve uma ação para cada 1,35 voo operado no Brasil. Nos EUA, por sua vez, houve uma ação judicial para cada 7.883 voos no mesmo período.

Para onde ficou mais caro viajar

aumento das passagens
Foto: Bambi Corro / Unsplash

A alta dos preços das passagens aéreas afeta voos nacionais e internacionais. Porém, há alguns destinos que tiveram um aumento mais significativo. Um exemplo é Santiago, no Chile. Quem quer conhecer a capital chilena pode ter que pagar até 103% a mais pela passagem aérea de ida e volta, que atualmente tem preço médio de R$ 3.878.

Destinos europeus também entram nessa lista. As viagens para Paris ficaram 79% mais caras, em torno de R$ 7.855 para as passagens ida e volta. Do mesmo modo, viajar para a cidade de Porto, em Portugal, ficou 75% mais caro, com ida e volta por cerca de R$ 7.010, enquanto o bilhete aéreo para Lisboa aumentou 68%, ficando em R$ 7.292 ida e volta.

Dentro do Brasil, as passagens aéreas ficaram em torno de 20% mais caras para lugares como São Paulo (SP), Brasília (DF) e Porto Alegre. O valor dos bilhetes aéreos para estes locais custam, em média, R$ 967, R$ 882 e R$ 1.019, respectivamente.

Por outro lado, alguns destinos nacionais tiveram retração de preços entre 2019 e 2022, sobretudo no Nordeste. Por exemplo, voos para Salvador (BA) ficaram 12% mais baratos, com média de R$ 1.155 ida e volta. Do mesmo modo, os preços das passagens aéreas para Natal (RN) caíram 11%, ficando em torno de R$ 1.331 ida e volta., enquanto para Recife (PE) baixaram 4% e para Porto Seguro (BA), 3%. Agora, custam  cerca de R$ 1.358 e R$ 1.316, respectivamente para ida e volta.

Alternativas para a alta dos preços das passagens aéreas

Uma saída que muitos viajantes estão encontrando para driblar a alta dos preços das passagens aéreas é fazer os trajetos – ou parte deles – de ônibus ou carro, sempre que possível. Por exemplo, uma viagem do Rio de Janeiro para Manaus que, de avião, pode custar mais de R$ 2 mil somente ida, sai por menos de R$ 1 mil se feita em conjunto com o ônibus. O trecho entre o Rio e Brasília de ônibus custa cerca de R$ 150 e, da capital federal para Manaus, é possível encontrar passagens aéreas por R$ 700. Nesse sentido, as viagens rodoviárias aumentaram 200% em comparação com 2019, antes da pandemia.

Outra forma de adquirir o bilhete aéreo – mesmo caro – é através dos parcelamentos. Algumas companhias e empresas de turismo estão oferecendo passagens aéreas para pagamento em até 24 vezes. Essa, porém, é uma alternativa recomendada, apenas, para casos de urgência, já que compromete o orçamento do viajante por um longo tempo.

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